31 de jan. de 2011

A mão de Deus

Já faz um tempo o mercado imobiliário de Belém está borbulhando.
Construtoras locais e outras nacionais e até internacionais estão lançando cada vez mais empreendimentos por aqui, por conta da farta linha de investimento bancário e do déficit habitacional.
Este mesmo crescimento do mercado também fez crescer o tamanho dos edifícios, a valorização dos terrenos, a escassez de mão de obra e de material de construção.
Faz tempo, por exemplo, que o cimento está difícil de ser encontrado, e já existem construtoras trazendo mão de obra de fora para as obras..
O mercado de Belém tem grandes profissionais na construção civil, gente com reconhecimento nacional pelo trabalho que desenvolve, isso sem contar com as empresas experientes que investem em tecnologia.
O caso do Real Class é alvo de muitas especulações, mas a confirmação dos motivos de tal desastre só poderá ser conhecida dentro de pelo menos um mês.
Ou seja, é leviano qualquer tipo de afirmação sobre os motivos da queda.
O melhor é mesmo esperar as perícias para daí sabermos o que aconteceu.
E os culpados, se eles existem, que sejam punidos.
A morte de uma única pessoa não poderá ser reparada, mas os bens materiais perdidos, esses sim podem ser repostos.
A questão maior sobre o caso é que fiscalizações devem ocorrer de forma mais constante, de forma mais criteriosa.
No fundo, o ocorrido poderia ser muito pior se o prédio estivesse habitado, se fosse um dia de semana com dezenas de trabalhadores ou se o prédio tivesse tombado para o lado, atingindo outro edifício repleto de pessoas.
No meio do caos, no meio do desastre, da tragédia, dá para perceber que a mão de Deus esteve presente evitando que o ocorrido acontecesse em outras ocasiões, como as relatadas acima.
Poderia ter sido muito pior. Ou poderia não ter nada ocorrido.
Quem sabe ?

6 comentários:

Raimundo Silveira disse...

DEUS ESCREVE CERTOS POR LINHAS TORTAS, É UMA PARÁBOLA QUE POUCOS ENTENDEM, PRINCIPALMENTE QUEM VÊ NO DINHEIRO A RAZÃO DE TUDO, NÃO SE INTIMIDANDO NEM DIANTE DE TRAGÉDIAS, AS CONSTRUTORAS EM SUA MAIORIA, PASSA POR CIMA DA QUALIDADE AO ERGUER PRÉDIOS SUNTUOSOS, USANDO QUEM SABE, MATERIAL DE BAIXA QUALIDADE, A ENTREVISTA CONCEDIDA À TV RBA, ONTEM A TARDE, POR UM OPERÁRIO, QUE TRABALHA, PARA A CONSTRUTORA REAL, NO PRÉDIO QUE DESABOU, FEZ, INCLUSIVE, ACUSAÇÕES SÉRIAS, SOBRE OS FERRO UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO DOS PILÁRES DO PRÉDIO SINISTRADO, DEVE SER LEVADA A SÉRIO, E ANALISADA, POR ÓRGÃOS QUE TRATAM DA SEGURANÇA CONDOMINIAL EM NOSSO ESTADO.

Kliver Barreto. disse...

Caro Marcelo Bacana,
Custo por vezes a acreditar que se
vc o proprio a postar textos como
este.
Há indubitavelmente, culpados.
Há um edifico no chão.
Não se trata do tamanho,da escassez ou da demanada...
Tem um edificio no chão!!!
Isto é fato.
Impingir ao mercado imobiliário a culpa,ou uma qualquer desconfiança
não pode vir da 'midia"..de vc especialmente,que ima canal de
convencimento deste mesmo mercado.
Houve umj sinistro..e deixe Deus distante disso.
Há culpados e há incompetência.
Ou pensas ,que se cair mais um, de
40 andares..será justificável?
Lamntável o texto.
Lamentável que vc,quando tem a oportunidade de contribuir,deixe tudo ainda mis nebuloso.

MARCIO VASCONCELOS disse...

Outra coisa que jamais será reposta são os sonhos que pessoas depositam nestas construtoras, e desabaram junto com o prédio.
Moro em um prédio de péssima qualidade e a empresa desfila no mercado paraense como sinônimo de qualidade.
Rezei pelas vitimas do real class, e continuarei rezando que uma tragédia não ocorra no meu prédio.

Anônimo disse...

Marcelo
Vejo esse episódio como um alerta. Alerta para a necessidade de rigor na liberação de licenças, alerta para o rigor no monitoramento das obras.

Deixo um questionamento. Considerando que um ônibus tem capacidade de transportar 50 pessoas e que os ônibus em Belém viajam superlotados. Na queda de uma arvore em horário de pico. Quantas pessoas podem perder suas vidas?
A condição das arvores de Belém estão sendo monitoradas? Quantas ainda precisam cair para que isso venha ocorrer?

E nos prédios em Belém, tantos os prédios em construção quanto os que estão sendo habitados, quantos possuem laudos sobre a condição atual do solo e de suas estruturas.

Prédios em Belém caem a cada 15 / 20 anos e as mangueiras caem todos os dias.

SOMO MUITO ACOMODADOS. O alerta foi dado.

Anônimo disse...

Marcelo, parabens pelo texto dessa postagem. Demonstra que você é uma pessoa razoável e sensata e não se deixa levar pela leviandade da emoção do momento como a grande maioria o faz.
Sou engenheiro civil, não conheço ninguem que trabalha na Real. Estive no Real Class ano passado pois pensava em comprar um apto lá. Por sorte, não comprei. Por sorte, o prédio não caiu naquela época, comigo dentro.
O fato é que o prédio cairia mais cedo ou mais tarde e graças a Deus, como você disse caiu sem estar habitado, sem muitas pessoas trabalhando e praticamente em cima dele mesmo. Como você disse, poderia ser uma catastrofe infinitamente pior.
Aos emotivos que já encontraram um "bode expiatório", (os donos da Real), digo que a responsabilidade da queda pode ter sido da empresa Real, mas tambem pode ter sido do calculista que fez o projeto, da empresa que fez a sondagem do solo, da empresa que executou a fundação, da concreteira que forneceu o concreto da obra.
Se desejamos realmente encontrar os culpados, não julguemos, aguardemos a finalização das perícias e ai sim, poderemos responsabilizar os verdadeiros culpados.

Anônimo disse...

Proponho, independentemente do "desfecho" técnico do desabamento (as causas técnicas não foram ainda definidas), que sejam processadas todas as pessoas que, como tu, ficam a palpitar absurdos sem qualquer conhecimento de causa, tipo "fiscalizações devem ocorrer de forma mais constante". Seria como colocar um policial a cada 10 metros nas ruas para melhor fiscalizar os assaltos na cidade.